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terça-feira, 14 de outubro de 2014

          Não me leve, não fuja, fique aqui, brinque com o doce do mar e o quente do inverno. Eu sei que aí fora deve estar frio, e que as folhas caem como nunca, a chuva ameaça aparecer e a terra já é lama, mas você continua aí, a brincar com seus amigos imaginários, fingindo que é Deus.
          Corra, pequeno pássaro amarelo de listras azuis e com olhos vermelhos, Deus está vindo decidir seu destino, voe e voe, o mais rápido que puder, antes que Ele corte todas suas asas. Ele pode apenas fingir, mas no fundo todos nós sabemos que é, Ele nos comandando como marionetes, nós somos seus brinquedos e ele nosso ventriloco.
         Estamos dispostos a gritar e correr pela grama por Ele, mas o que queremos é ser livre, livre de guerras e de passarinhos sem asas. Protestamos pelas nossas asas, mas Ele apenas continua lá na chuva quente do inverno, brincando de Deus.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Rosas amargas

Depois de um tempo sem ter o que nunca teve, é que se percebe que, na verdade, aquele poder, aquele dom, aquela alma nunca foi sua, você nunca teve o dom, o privilégio. Reconhece que tua palavra não basta e tua alma canta para se ter de volta aquilo que sempre foi teu.         
O campo de flores morrendo, não foi sua culpa, ela s não estão perdendo a vida à toa. Enquanto sua alma se vai, o mundo a acompanha, junto de todos os seus aplausos e elogios, aquelas rosas jogadas já fazem parte de um novo jardim. O seu morto jardim. A sua vontade de ficar não foi o suficiente, o seu dom não conseguiu te acompanhar, você foi rápido demais, deixou tudo para trás, inclusive o amor.

Lembra-se do amor, lembra-se dos dias em que você saia por aí aclamando o seu amor pelo seu maior bem, lembra? Creio que sim, Não te desmereço por isso, sei que foi necessária essa sua corrida, mas valeu a pena perder o seu bem mais precioso? Não, eu sei que não, sei que ainda rega aquele jardim lotado de rosas mortas, com a esperança de um dia, talvez, você volte a ser o que era.