Todos os dias, abro a
porta do lugar que chamo de casa e saio à procura de um amor, de um dom, de um
toque, de uma vida diferente e nova. Corro sem direção, e em algum lugar, que provavelmente
não exista, encontro o amor, que me espera sorrindo de braços abertos. E com
esse amor vivo o sonho de todas as pessoas, afinal amar é uma sensação única que, às vezes, a vida passa e não conseguimos sentir esse sentimento que traz o
calor da brisa fria e que nos faz tremer em um sol de verão.
Um último beijo, e me despeço.
Agora me encontro presa em um quarto trancado e vazio, branco e sem graça. É nesse
quarto onde talvez ache o meu sentido de viver, onde vou descobrir o que
realmente sou. Danço e canto, escrevo e desenho até não poder mais, e é assim,
experimentando todas as formas de expressão do mundo que descubro o que serei,
mas ainda não sei aonde vou.
Essa noite, esse luar,
parece que algo acontecerá. Correndo sem direção, vivendo o impossível, e ainda
não descobri aonde eu vou. O mundo não deixa isso acontecer, é como uma enorme
barreira me impedindo de continuar, me sinto presa em mundo que dizem que é
livre. Mas ao final de tudo, depois de encontrar meu amor, de transformar um
quarto branco em lugar único como a minha mente, mesmo passando por todas as
dificuldades que se possa encontrar e ainda aquelas que ainda nem foram
descobertas, eu ainda me encontro aqui, olhando para uma porta de madeira esperando
a coragem vir até mim e me dizer para parar de viajar em minha mente e viver.