Pobre daquela mãe que um dia
viu seu filho perdido entre as árvores e a esperança. Pobre daquele filho que
viu sua mãe gritando para voltar para casa quando saíra para realizar seus
sonhos. Triste o fim dessas pessoas que enxergam apenas o que querem, o que
sentem e o que ouvem. Talvez ouvir, ver e sentir os outros também seja tão
necessário quanto se conhecer.
O que mais escutamos hoje
em dia é: “descubra quem você é” ou “pense primeiro em você” ou até “esqueça os
outros, você é o único ser que se importa com você”. Todas essas mentiras e
conselhos ruins jogados ao ar para qualquer um pegar. Triste é ver aquela
criança que pega essas palavras mentirosas como uma pipa colorida que caiu em
frente sua casa. Horrível ver aquele adulto que muda achando que está errado ao
recolher essas palavras da terra como se fossem sustento para suas vidas.
Afinal, que tipo mundo
queremos viver hoje? Um mundo egoísta que só pensa em si mesmo, sem solidariedade
nem humildade? Cadê a compaixão de todos? Quem irá nos ajudar no futuro? É isso
mesmo que queremos? Pois é isso que vem acontecendo. Mãe abandonando seus
filhos. Pessoas brigando por dinheiro e orgulho. Mas que futuro é esse afinal?
Se é que há um futuro nisso.
Espero que daqui alguns
anos crianças e adultos se reúnam contra todo esse erro. Espero que concertem
tudo o que erraram e construam um mundo novo onde possam brincar na rua até tarde,
onde as pessoas abracem os outros com a mesma intensidade que brigam hoje. Um lugar
onde recebamos mais flores do que tapas, onde possamos conversar na praça aos
domingos. Espero que aquela mãe comece a ver seu filho como um sonhador e deixe
o viver, e que seu filho volte todos os finais de semana para visita-la compreendendo
que ela o ama.