Pages

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Perdido nas ilusões

Lembra quando eu era criança e você sempre insistia em me arrastar até o balanço? Ou quando me obrigava a comer aquelas estranhas balas amarelas? Pois é, agora aqui estou eu, já não tenho mais minhas balas nem minha infância. Penso que daqui alguns dias estarei prestes a me jogar naquela imensa pista de corrida sem nem ao menos ter aprendido que antes de dormir precisa escovar os dentes.
            E você, sumiu no tempo que a minha visão ainda era embaçada. Sei que se aquela onda de desejos e insatisfações não tivesse te atingido, talvez eu ainda estivesse aqui, talvez você até pudesse estar comigo.  Não sei nada sobre mim e nem sobre você, estou em um momento depressivo sem aquelas esbranquiçadas e amareladas balas. Lembro-me que foi você que me viciou nelas.
            No mundo inferior em que vivo, perdida em ilusões que já nem me agradam mais, todas as noites quando me deito, minto para mim mesmo que amanhã acordarei com você me chamando para o café e dizendo aquelas coisas que todos dizem. E logo depois dessa viajem que faço até o mundo real, volto para minha cama e como mais algumas daquelas estranhas balas.