E eu ainda vejo aquele
rosto. Aquele que se destacava entre os outros. As árvores balançavam como
nunca antes. Os pássaros voavam, anunciando aquela tragédia. Aqueles pobres
animais tão desesperados por uma causa tão inútil ao nosso ver. Aquela criança de cabelos vermelhos e olhos
claros que tanto me encantou me olhava com esperança. E eu não fazia nada, apenas observava aquela confusão que ninguém sequer ao menos percebeu que
estava acontecendo ali.
Pele clara, dentes brancos
como a neve, e um olhar um tanto diferente.
Um olhar urgente, chamativo e perturbado. Ela não sabia o que fazia ali,
e eu também não sabia como informá-la sobre tal ocorrência. E, dentre os fios de
seda vermelhos que caiam em meu rosto, eu fui andando até ela. Quando cheguei
perto de seu rosto, apenas fiquei encarando-a. As vezes é melhor ser mal
informado do que dar notícias. Não sabia nem o que fazia ali, agora sentada ao
lado dela.
Mas que mundo era aquele
em que pequenas garotinhas tinham que enfrentar catástrofes e nem ao menos saber
o que estão fazendo. E aquele tão sonhado lugar que imaginamos um dia ir não é
nada, é apenas um gramado, uma arvore e algumas fitas vermelhas. E aquela
garota que com apenas um olhar nos marca por toda a eternidade.