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domingo, 17 de agosto de 2014

Apenas sem título

Adentrei no tão esperado espaço, porém o sofá de veludo vermelho já não estava mais ali em baixo do lustre, nem o lustre estava, algumas luzes que piscavam sem cessar o substituíam, e no lugar do sofá havia uma multidão gritando e sem saber o que fazer. Tudo estava tão confuso.
Há meses nada faz sentido, nunca mais vi a grama ou o céu azul, muito menos as salas limpas e vazias. Agora eu apenas via nuvens, alguns rostos semelhantes, mas não iguais, e as salas, bom elas estavam cheias agora. Nunca mais vou poder me queixar, sinto falta daquele vazio, e da sensação de que tudo poderia ser meu.

Em algum lugar no mundo ainda posso ouvir os sinos estridentes que tanto me perturbaram, agora eles eram apenas boas lembranças, nem os pássaros cantando não posso mais ouvir. E aquelas pessoas sem rumo que perambulavam todos os dias ao meu lado, agora elas sumiram, talvez tenham achado o seu rumo, ou não, na verdade eu não sei de nada do que aconteceu, só sei que ir embora foi minha pior decisão, se quer foi uma decisão. Agora estou perdida e não posso mais escutar o barulho do silêncio das árvores e nem ver as tempestades que tanto me acalmavam.  

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