Adentrei no tão esperado
espaço, porém o sofá de veludo vermelho já não estava mais ali em baixo do
lustre, nem o lustre estava, algumas luzes que piscavam sem cessar o substituíam,
e no lugar do sofá havia uma multidão gritando e sem saber o que fazer. Tudo
estava tão confuso.
Há meses nada faz sentido,
nunca mais vi a grama ou o céu azul, muito menos as salas limpas e vazias.
Agora eu apenas via nuvens, alguns rostos semelhantes, mas não iguais, e as
salas, bom elas estavam cheias agora. Nunca mais vou poder me queixar, sinto
falta daquele vazio, e da sensação de que tudo poderia ser meu.
Em algum lugar no mundo
ainda posso ouvir os sinos estridentes que tanto me perturbaram, agora eles
eram apenas boas lembranças, nem os pássaros cantando não posso mais ouvir. E
aquelas pessoas sem rumo que perambulavam todos os dias ao meu lado, agora elas
sumiram, talvez tenham achado o seu rumo, ou não, na verdade eu não sei de nada
do que aconteceu, só sei que ir embora foi minha pior decisão, se quer foi uma
decisão. Agora estou perdida e não posso mais escutar o barulho do silêncio das
árvores e nem ver as tempestades que tanto me acalmavam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário