Caminha por um lugar
bagunçado, cheio de árvores, palavras tristes que são capazes de machucar
qualquer um e dentro de alguns lugares ainda é possível ver alguns sorrisos. Anda
como se estivesse perdida, mas sabe exatamente onde está, porém ainda não se
acostumou com a ideia de que amanhã as flores não serão nunca mais vistas.
Mas quem é ela para dizer
quanto tempo às flores devem ficar? Porque as expulsar agora, que estavam tão
perto da primavera? Porém, na mente dela a primavera já não existe mais, ela
caminha em um eterno inverno, sem flores nem cores. Muitos dizem que é
impossível viver em um frio constante, mas ela nega qualquer forma de
negativismo, afirma que isso é tudo questão de se acostumar, diz que às vezes,
até consegue ver o sol nascer atrás de grandes e escuras nuvens.
A aqueles
que digam que quando a noite cai, ela se esconde dentro de uma caverna úmida e
fica sonhando com a primavera, a mesma onde via rosas nascer durante o dia e
sentia o cheiro dos jasmins à noite. Em alguns momentos de recaída ela admite sentir
falta das cores vivas, dos animais e do sol, diz que é impossível desistir de
um sonho de um dia para outro, precisa de um tempo para poder se adaptar e
achar um novo sonho para correr atrás, assim como os pássaros fazem procurando
o sol de norte a sul.
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